sábado, 8 de setembro de 2018

PALAVRA DO PÁROCO



Caríssimos filhos, que pelo ministério sacerdotal a Igreja me confiou, mais uma vez adentramos o mês de setembro, mês que a Igreja no Brasil dedica todo à Bíblia. Sem dúvida é uma iniciativa muito salutar. A motivação provém do fato da Igreja celebrar no dia 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que a pedido do Papa Dâmaso (366-384) preparou uma excelente tradução da Bíblia em latim, a partir do hebraico e do grego; a chamada Vulgata. Foi um trabalho gigantesco que demandou cerca de 35 anos nas grutas de Belém, onde ele realizava esse ofício, vivendo uma austera vida de oração e penitência. São Jerônimo dizia que quem não conhece os Evangelhos não conhece Jesus.
Nesse mês, nós frades Missionários servos do Senhor, alegramo-nos por que celebramos nosso aniversário de fundação no dia 08, junto ao aniversário de ordenação episcopal de nosso pai e fundador, Dom José Edson Santana Oliveira, data em que a Igreja celebra a festa da Natividade de Nossa Senhora, razão à qual pedimos sempre a sua oração nesse dia, para que permaneçamos fiéis ao carisma que nos fora transmitido pelo nosso fundador: revelar a todos a bondade de Deus!
Também no mês de setembro temos a festa da exaltação da Santa Cruz no dia 14 - enquanto a Sexta-Feira Santa é dedicada à paixão e Crucificação, a Festa da Exaltação da Santa Cruz celebra a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio
Mês de festas muitas, na paróquia do Limeira, celebramos de 13 a 16 o tríduo e festa da Mãe das Dores, padroeira paroquial, com carreata e Missa solene no dia 16, seguida de almoço e bingo e dos dias 27 a 30, é o tríduo e festa do Arcanjo São Gabriel, que celebra seu jubileu de diamante, 75 anos de evangelização, para a glória de Deus Pai.
É chegada a hora, hora de despedir-me! Algo, é sempre com pesar, mas a Missão é maior, no entanto, somos apenas operários, sendo assim, quero aqui somente agradecer. Agradecer primeiramente a Deus por me ter dado a grande bênção de ser pároco concomitante dessas duas paróquias; essa satisfação de ter conhecido vocês; de ter trabalhado com vocês, de ter convivido com vocês; de ter caminhado com vocês, de ter me reunido e estudado com vocês; de ter sido acolhido por vocês; de ter celebrado tantas e tantas vezes com vocês; de ter festejado com vocês, de ter participado das alegrias, preocupações e tristezas de vocês. Vocês foram e continuam sendo minha família. Grande família. Como diz o Evangelho: “Quem deixa pai, mãe, irmãos e irmãs por causa de Jesus Cristo ganhará cem vezes mais, irmãos, irmãs, pai, mãe...” Mt. 19,29. Com satisfação passamos o pastoreio ao frei Luiz Henrique,MsS e demais confrades a partir do dia 29 deste e sigo para a Bahia, assumo a secretaria geral do Instituto e o pastoreio das Quase-Paróquias Santa Isabel e São José, se nada mandar ao contrário, ambas em Eunápolis e conto com vossas orações mesmo ao longe!
Ao membros do Apostolado da Oração o papa Francisco pede que rezemos para que os jovens do continente africano tenham acesso à educação e ao trabalho no próprio país.
Que a Virgem Senhora do Rocio e Mãe das Dores ajude-nos a bem vivermos nossa vocação comum, de sermos cristãos, filhos muito amados de Deus e membros de sua santa Igreja!
Frei Antoniel,MsS

segunda-feira, 4 de junho de 2018

HOMILIA NO 7º ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO


Hoje, no dia em que celebramos o Dies Domini - dia do Senhor -, recordamos que foi num domingo que Cristo venceu todas as forças do mal e ressuscitou, também celebro ação de graças por sete anos de Sacerdócio, sete anos que subi ao altar do Senhor, aproveito, portanto, para fazer algumas considerações (a partir de um texto de Dom Murilo S. R. Krieger, Arcebispo primaz de São Salvador-BA), principalmente em vista do trabalho aos domingos bem como acerca do sacerdócio:
  
 
 A Ressurreição de Jesus aconteceu no primeiro dia da semana, quando ele apareceu glorioso a seus discípulos e discípulas. Por isso, os apóstolos e as primeiras comunidades cristãs passaram a chamar esse dia de "domingo", "Dies Domini", dia do Senhor, e os primeiros cristãos passaram a reunir-se sempre no primeiro dia da semana, "o dia do senhor", para celebrarem a presença do Ressuscitado em meio à comunidade e para partilharem seus bens entre os necessitados.


Os primeiros cristãos mudaram, assim, o sagrado costume judaico de santificar o dia de sábado. A informação bíblica de que Deus descansou no sétimo dia, abençoando-o e santificando-o, mostra a clara intenção de marcar o shabbat como dia consagrado ao repouso e ao culto religioso. Oprimidos como escravos, primeiramente no Egito e, depois, no exílio, sob o domínio da Babilônia, os israelitas aprenderam de Javé que há uma relação intrínseca entre fé e vida. Crer em Javé é sinal de vida e de liberdade. O sábado tornou-se, então, sinal máximo dessa relação: a fé no único senhor e libertador é garantia da preservação da vida pessoal e comunitária. O desrespeito ao sábado, ao contrário, era sinal de idolatria, de ganância, de exclusão dos pequenos, de opressão do povo trabalhador. Guardar o sábado era crer em Deus e garantir a vida. Não guardar o sábado levava à descrença e à morte do povo.




A santificação do sétimo dia para o povo judeu, prescrita no Antigo Testamento, passou, por disposição dos Apóstolos, a ser praticada no primeiro dia da semana, o domingo, dia santificado dos cristãos. Ao longo de vinte séculos de história, a Igreja Católica, juntamente com as outras igrejas cristãs, sempre reconheceu o particular sentido sagrado desse dia, vendo nele a Páscoa da semana, que torna presente a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Domingo é dia do Senhor, que nos quer todos reunidos para participar da Eucaristia, ouvir sua Palavra e celebrar a ação de graças. O domingo é, enfim, o dia da vida, da festa, da alegria. Domingo não é um feriado, mas um dia santificado. No feriado, cada um faz o que quer. No domingo, deve-se fazer o que Deus quer. Esse é o sentido do terceiro mandamento: guardar e santificar o dia do Senhor.

Certos segmentos da comunidade querem transformar o domingo em um dia a mais, melhor que os outros, para se fazer dinheiro. O Cristão deve manifestar sua posição contrária ao propósito dos que pressionam para que se permita o funcionamento de estabelecimentos comerciais no domingo. Essa medida representa prejuízo para o justo descanso e para o cumprimento das obrigações religiosas dos funcionários desses estabelecimentos, elo mais fraco da cadeia produtiva.

Diante do exposto acima, tomo o direito de expor aqui algumas sugestões:
- aos governantes de nossos municípios, que façam observar o descanso semanal em dia de domingo;
- aos vereadores, que não aprovem projetos de lei que facilitem a abertura do comércio aos domingos;
- aos donos de casas comerciais, que não abram suas lojas aos domingos;
- aos fiéis católicos, cuidemos para não fazer do domingo dia de compras em shoppings centers, supermercados e lojas comerciais;
- a todos os cidadãos e cidadãs, que acreditem na força libertadora da fé no Deus da vida e cuidem para não se deixarem vender ao deus do mercado.

Nesses 7 anos de sacerdócio, com alegria digo, 50% foram vividos aqui, nos quais tenho crescido muito e aprendido a ser padre, pastor. Aproveito para partilhar uma palavra aos jovens e às jovens no sentido de recordar-lhes que é bela a vocação, o chamado ao Sacerdócio e à Vida Consagrada, recordar-lhes que o Sacerdócio e a Vida Consagrada são também formas concretas de realização pessoal; que a consagração total ao Senhor e ao seu Evangelho traz muita alegria, não sem incompreensões e, às vezes, perseguições, mas foi Jesus mesmo quem nos garantiu: “Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida — casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, vida eterna” (Mc 10,29). Assim, Jesus não nos engana, não nos garante uma vida fácil, sem dificuldades, sem tribulações e sem perseguições, mas nos garante: “No mundo tereis tribulação, mas tende coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,13).
É belo ser sacerdote, é bela a vocação sacerdotal, mesmo sabendo que o nosso chamado se deu sem mérito algum de nossa parte e que agora, mesmo não conseguindo fazer tudo como nos pede o Senhor conforta-nos a palavra de São Leão Magno, Papa, no seu Sermão III de Natal: “Se nos sentimos fracos e lentos no cumprimento das obrigações do nosso cargo, quando desejamos proceder com entusiasmo e coragem, somos impedidos pela fragilidade de nossa condição, gozamos, porém, da incessante proteção do onipotente e eterno Sacerdote que, semelhante a nós e igual ao Pai, fez a divindade descer até a nossa condição humana, elevando o homem à condição divina. Alegramo-nos, então, com a justiça e a santidade pelo que ele estabeleceu: embora tendo delegado a muitos pastores o cuidado de suas ovelhas, nunca abandonou ele próprio a guarda do seu rebanho” (Liturgia das Horas, Comum dos Pastores). Sim, através dos pastores colocados hoje à frente das comunidades, é o Senhor mesmo que conduz o seu povo. Conforta-nos saber que é Cristo, o Bom pastor, que age através de nós e que por isso, “nós nos apresentamos como vossos servo por causa de Cristo Jesus, Senhor” (2Cor, 45).
Hoje, mais uma vez, com satisfação, confirmo o meu “sim” a Deus que me chamou “pelo nome” e à Igreja que me escolheu para o Ministério Sacerdotal, me permitindo subir ao altar do Senhor, e a Ele oferecer meu louvor.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

HOMILIA NO JUBILEU DE PRATA DA COMUNIDADE SANTA RITA DE CÁSSIA



Caros filhos e filhas da Comunidade de Santa Rita de Cássia e demais comunidades, Povo de Deus, sal da terra e luz do mundo!

A Comunidade Santa Rita, após três dias de retiro preparatório, acolhe hoje com alegria todos para a grande Festa de sua Padroeira Santa Rita de Cássia na celebração de seu jubileu de prata, 25 anos de evangelização, para a glória de Deus Pai. Estiveram presentes durantes estes dias as Comunidades de nossa Paróquia, e nossos irmãos frei Cristóvão, Pe. Ronaldo, e pe. José Carlos que os ajudaram a refletir em nossa caminhada de fé, com os temas propostos pela liturgia diária. No domingo, participamos dum almoço promovido pela comunidade, ontem a fraternização/partilha após a Missa, celebrando a comunhão, a convivência!

 Hoje, 22 de Maio, celebramos o dia próprio consagrado a Santa Rita. Na Eucaristia celebrada a importância de permanecermos sempre na presença do Senhor.

Neste mesmo dia, há sete anos, ocorreu em Salvador-BA a beatificação da Irmã Dulce, reconhecida pelo seu imenso trabalho de serviço à caridade a todos, quando o Papa emérito Bento, convidava-nos a unirmos em oração pela beatificação desta mulher conhecida por todo o Brasil como “a mãe dos desamparados”. Santa Rita e Irmã Dulce: uma leiga e uma religiosa, contextos e épocas diferentes mas que expressam a mesma fé, fazendo de suas vidas um testemunho do Evangelho. Elas são para nós hoje um sinal, de que o caminho da santidade e a busca de Deus e a construção de seu Reino não são coisas impossíveis de serem concretizadas.



 Vamos buscar, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, iluminação para viver o Evangelho de Jesus Cristo, a exemplo de Santa Rita de Cássia e de Irmã Dulce.

O coração humano está, muitas vezes, pulsando por realizações maiores, e não há problema nenhum em querermos nos superar, em querermos dar o melhor de nós, podermos, realmente, evoluir naquilo que fazemos e realizamos. Problema é quando queremos rivalizar com o outro, quando deixamos o nosso coração competir com o outro. Não precisamos competir com ninguém, passar por cima de ninguém, não podemos nos sentir superiores nem mais importantes que ninguém. Também não vale o complexo de inferioridade: “Eu sou coitado. Sou menos importante. Sou sempre o menor”. Somos o que somos e damos o melhor de nós para superarmos nós mesmos. Isso, com certeza fizeram, muitos dessa comunidade nesses 25 anos.
Os discípulos estavam discutindo no caminho quem era o maior e o mais importante, quem estava à direita do Senhor, quem ocupava o primeiro lugar. São discussões vãs que não levam a nada.

Muitas vezes isso leva o nosso coração ao desânimo, ao senso da competição, do êxito que nos leva à vaidade ou do fracasso que nos leva à depressão. O mais importante é nos mantermos na presença do Senhor Nosso Deus com serenidade, humildade, fazendo sempre o melhor que devemos fazer. É para Ele e para honra e louvor de Seu nome que fazemos!
Se precisarmos ocupar o último lugar, que demos o melhor de nós. Se estivermos na frente, que tenhamos a mesma humildade de quem está no último lugar. Nunca nos sintamos mais importantes, mais valorizados e prestigiados, porque esses são conceitos mundanos, não são conceitos evangélicos. No Evangelho, o que vale, o que faz com que o nosso coração permaneça na bênção de Deus é não buscarmos ser melhores, mais importantes nem superiores a ninguém. Isso nos fará irmos a 50, 100... tantos outros anos mais!
Busquemos irmãos e irmãs, seguir Jesus que é caminho para o Pai, que nos revela a verdade e que nos concede a vida em plenitude, como fez Santa Rita de Cássia. Deixemos que seu exemplo, e o exemplo de Irmã Dulce e tantos outros homens e mulheres que santificaram suas vidas, nos ajude a permanecer neste caminho.



BENÇÃO DAS ROSAS Ó Deus, criador e conservador do gênero humano, supremo doador das graças espirituais, que concedeis generoso a salvação: Dai a vossa benção a estas rosas, que nós, os devotos de Santa Rita, vos apresentamos, pedindo que abençoeis. Por elas sejam curadas todas as enfermidades das pessoas que a usarem, trouxerem consigo, conservem em casa ou em qualquer lugar, e devotamente as guardarem. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém